O assassinato de João Alberto Freitas na loja do Carrefour em Porto Alegre (RS), a prisão arbitrária de uma ativista do movimento negro durante protesto contra essa morte, e a manifestação de um grupo de juízes e juízas da Associação de Magistrados do Estado de Pernambuco (AMEPE) repudiando ações institucionais de enfrentamento ao racismo foram temas levantados pelas Juntas, hoje, na reunião virtual da Comissão de Cidadania, Direitos Humanos e Participação Popular (CDHPP) da Assembleia Legislativa de Pernambuco. A codeputada Jô Cavalcanti, representando a mandata das Juntas, falou sobre os casos de racismo e solicitou que a Comissão acompanhasse as apurações dos casos que ocorreram no Estado.
A codeputada também destacou o fato de um grupo de 34 juízes e juízas da Associação de Magistrados do Estado de Pernambuco (AMEPE) contra a realização de duas ações antirracistas dessa associação.
A associação realizou um curso online sobre racismo e suas percepções na pandemia, voltado exclusivamente para magistrados, e o lançamento de uma cartilha chamada “racismo nas palavras”, na qual consta um conjunto de orientações para que sejam evitadas expressões racistas na prática cotidiana do judiciário.
As Juntas reforçam a solidariedade e reconhecimento aos esforços que a AMEPE vem fazendo para pautar o combate ao racismo entre seus associados e no sistema judiciário como um todo. Não podemos aceitar que grande parte dos que compõem o sistema judiciário continuem moldando sua atuação pelo racismo estrutural, estabelecendo parâmetros de seletividade e escolhendo pela cor da pele para quem se deve preservar as garantias constitucionais do acusado. Os processos formativos e informativos promovidos pela AMEPE com certeza poderão colaborar de forma efetiva para a eliminação de práticas racistas no judiciário pernambucano.